A evolução da série Jane the Virgin


por
Sidney Weber

A série quando começou é muito diferente do que ela é hoje. Lá para a primeira temporada, a showrunner dizia que tinha história para três temporadas, então muito das coisas que acontecem agora não estavam nos planos originais.

A volta do Michael, por exemplo, é uma dessas coisas, que provavelmente só foi cogitada depois que a série foi renovada para mais outra temporada.

Na primeira temporada, a história era mais mágica e não era apenas uma reprodução da novela original (hoje também não é), era mais uma sátira, uma brincadeira/homenagem com telenovelas, uma história de uma jovem mulher que sempre foi apaixonada por romances épicos e telenovelas que vivia uma vida simples quando, de repente, foi jogada num turbilhão de emoções, como se tivesse sido tragada para dentro de uma telenovela.

É nessa premissa que gira o triângulo amoroso nas primeiras temporadas. Rafael era o galã clássico de novelas, o badboy regenerado, podre de rico que tinha uma família problemática e uma ex-mulher loira.

Ele foi o primeiro “crush” de Jane e simplesmente apareceu na vida dela por meio de uma torção do destino. Afinal, o que significa ser inseminada por engano com o material genético de um cara que você teve uma quedinha anos atrás? Destino, claro! O amor de novela, Jane sentiu isso, era a sua fantasia, o que ela sempre sonhou.

E assim ela mergulhou de cabeça nessa história, se entregando, tentando passar por cima das diferenças. Mas no final do dia, havia algo ali, algo que ela não conseguia entender, que fica nítido quando ele a pede em casamento e ela simplesmente não consegue aceitar.

O Michael, por sua vez, era o tipo de personagem que não tinha a menor chance de ficar com a mocinha em qualquer novela. Sejam sinceros, em quantas novelas a mocinha termina com o noivo/namorado que ela começa a trama junto e não com o galã que chega de forma avassaladora em sua vida? Em tropos de novelas, só há dois caminhos para personagens como Michael: ser vilanizado ou simplesmente desaparecer. E ai que esteve a grande sacada de Jane The Virgin, que era subverter tropos de novelas.

A série não apenas reproduzia os clichês de novelas, eles brincavam e o abordavam de uma maneira diferente. Então, nessa história, Rafael representava a fantasia de Jane e Michael era a rotina, o cotidiano, seu namorado “pateta” e “sem graça”, uma relação mais pé no chão.

O desfecho do triângulo amoroso nas primeiras temporadas foi sobre como Jane, no final do dia, percebeu que quem ela amava de verdade era o seu namorado, não o grande galã de suas fantasias enviado para ela por uma torção mística do destino. Foi essa a magia do relacionamento entre ela e Michael e porque foi uma história tão bonita de se mostrar.

A partir daí muita coisa aconteceu, ela perdeu a virgindade, Michael morreu, etc. A série foi se tornando menos mágica, menos “turbilhão de novela” e mais uma série sobre a rotina, coisas normais, e a evolução de Jane até se tornar uma escritora de sucesso.

Acredito que a intenção dos roteiristas com essa coisa de ciclo é tentar reproduzir umas coisas da primeira temporada de maneira diferente.

Rafael não é mais o mesmo de antes, tornou-se menos o galã de novela e mais uma pessoa comum. Se a presença dele na vida da Jane foi uma coisa mágica e obra do destino na primeira temporada, agora estão usando o Michael para esse papel.

Quais as chances de seu esposo morto voltar a vida? Sim, isso só pode ser coisa de novela, do destino. Deve ser esse o ponto que eles querem chegar.

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